domingo, 29 de novembro de 2009

Quando não há rima...

Na falta de rima fica a pergunta, a ausência da estima elevada, que fascina alma encantada, um silêncio que cheira a carne... Que incomoda... Estressa!
Quando não há rima, o sol é cinza, o mar tem óleo e o vento machuca rosto, derruba gosto, saliva doce... Poder!Um mal dizer que pouco ligo, não tenciona... Julgar!
Busco rima, idéia inocente, fuga rápida, lugar com muita gente... Festa! Perigo desconhecido, abismo espiritual... Coração em labirinto, dúvida do que minto... Quero!Verdade que invento, desenganos de propósito, sonhando com o lógico que não vem... Que é distante... Que perece ao nascer... Apodrece antes de crescer... Lixo!
Verbo entalado, madeira cortada, floresta vazia... Fria! Vermelho nos olhos que choram deslumbrados, aparados no enlouquecer em esquecer o que não rima, clima gelado... Tensão! Homem que aprecio parado na esquina ao lado... Por impulso sonho beija-lo... Ação imediata que nos joga na cama, que me possui... Vejo a rima em fragrância, e se há ignorância... Perdoe-me por trair pensamentos justos, desejos, impulsos que vão e vem... Escolha que aborto, afasto de mim... Censura!Voto de minerva, candidato que reservo no canto da cabeça... Que peço que esqueça, que acabe...Na espera que desabe...Desmorone e que vire história, lembrança apagada...Memória indesejada...Recordar a amnésia...Estratégia!
E quando não há rima meu resmungo não busca palavra que encaixa... Quero rima sentimento, alucinação, tormento... Algo de dentro que faça amar... Rimar sem esforço...
Um esboço do paraíso triste, negro... Veloz!Quero rima mas quero amor, amor que estremece corpo, arrepia topo do pescoço...Que pede carinho...Sabor do pecado...Boca em beijos que corre, percorre lugares proibidos, esquecidos pelos que não amam...Quero língua, frase romântica...Adorar! Karma deixado, praga libertada... Cismas bobas, ciúme idiota, vassoura atrás da porta... Espanta o destino, o que penso que mudo, giro, insisto... Surpresa!
Rimar talvez pouco importe quando só quero você na minha frente, sobre o meu corpo quente que delira a espera do seu chegar... Sorte!Por que rimar se tenho os mais belos poemas dentro do que sinto, do que me parece verdadeiro, que se apresenta como eterno e passageiro.
Sou rima, sou descontento... Lamento de alma que espera rimar... Sentar de frente pro mar que espuma ondas nervosas vindas do horizonte perfeito... Sem jeito de chegar, de partir... De deixar talvez sem uma rima, sem uma divina poesia inspirada... Prova de questão apaixonada... Vida e vício... Inferno falado, pedido... Sonhado!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dezenove...

Mais um dia, calor inferniza corpo que desgasta gosto... Suor!Amor que não responde,que nem ao menos sei por onde, que fica longe da verdade... Coragem! Possível do que quero, esforço leve... Sentimento breve... Fora de foco... Mão que agora toco, paixão que nunca troco... Vagão que segue trilho em dezenove... Que o suor escorre no amor que nunca morre, pelo meu, pelo eu, um sujeito que escondeu o que sou e o que fui...
O sol brilha ao céu e fico ao léu desgastando o que já foi manto, que agora canto pra chorar... Desencanto!Em mais um dezenove que faz filme na cabeça, que perece o que há de mal... Marginal!Sou detalhe, um encaixe sem sentido... Foi querido!E me levanto... É madrugada, a espera, na querela com destino, com acaso... No marasmo!
Vem dezenove consumir o que em mim é jovem, o que é puro... Juro! Devolve o perdido, arrasta o sentido... Envolve!Exagero que falta, desespero da flauta que a paz toca... Enfeitiça em nota o amor que não volta, que deu adeus...
Penso no que posso, no alcance em plié...Arco-íris degradê, e meu medo de perder o que habita... O que há em mim... Você! Sede misturada... Margarida despetalada pela dúvida... Se é bem ou mal querer, se é pra sempre ou sem valer... Se é um jogo, um momento bobo que se descarta, outro naipe, outro estilo... Harpa!Sigilo dos olhares, tranqüilos na paisagem... Que pasta capim... Longe de mim... Em outro mundo, que joga o sentimento fundo... Sofrimento dura um segundo... E já se foi... Amor vagabundo que não tem dono, que prefere o trono ao amor inteiro, que traz vida, passageiro... Alucina... Verdadeiro!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pensamentos flutuantes...

Olho pro teto que desaba... Chuva santa, molha... Encanta!Aventura da cheia, barco quebrado... Afoga o presente, passado! Caminho segue doente... Mergulho profundo... Enchente!Cidade sem norma, palhaço governa o povo sem terra... Objeto que bóia... Peito chora, ri do que não sabe, do que sabe... Jóia! Inventa o sonho, livre da cachaça... Aviso de fumaça... Destilado com gelo... Pêlo, suor... Transa perdida... Sem compromisso, risco, surto... Curto temporário... Lendário... Casal do imaginário...Perfume forte, livro velho... Tédio! Fetiche da sorte!Tiro pequeno short... Cama arrumada... Silêncio!Terço rezado, poema falado, corpo fechado... Vício!Amor distante, tatuagem de elefante... Perdão!Olhos cerrados, rostos molhados... Flerte inocente, paixão que ninguém sente... Carta queimada... Pinha com leite... Deite! Tapete de grama, toalha xadrez... Bando burguês! Palpite de moda, cafonice... Estilo padrão, pura chatice... Escada fechada, rodeada... Minha crendice!
Se o triste existe na alma, quero calma, o corpo enorme que dorme em roncos... Sono que espanta prantos e enche os olhos de brilho...Ladrilho azul...Mágica!Seduz o lento sentido... Aquilo que mora dentro... Que expulsa com fé aquilo que é de direito... Feito!E sem seu jeito o caminho perde rumo... Não tem chão... Solidão!
Um brinde ao culto... Amor que cheira a mel e palpita um azedo... Assovio de medo!Céu de estrela amarela, preto e branco em aquarela... Sem cores passa a vida sem amores, com o coração preso aos limites... Não há quem saia da vida ileso sem as dores do desprezo de um amor que não passa, que é de graça, oculto... Desgraça!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Lua no asfalto...

Tentativa veloz, sozinha e vazia... Noite quente... Alma fria... Melodia em inglês, velocímetro tenso... Ao lado, espaço solene da solidão... Difícil preencher o que ninguém ocupa...Fácil encontrar culpado... Medo!Amor louco sem flechada, de fachada... Existir!Desistir... Paixão violada, casos perdidos, roubados... Deixados pra trás... Caminho longo, escuridão intensa... Curvas de pensamentos românticos, sonhos picantes e vontades imbecis... Farol ilumina o que não vejo...Desejo!
A lua toca o asfalto, com o contraste e horror do piche... Ela beija, ela existe... E deliro... Algo de doce possuiu meu corpo... Boca enche d`água... Paro estática, olhos vibram o cenário... Faço parte, sou pedaço, sou metade... Busco uma nave,uma abdução... E a tamanha razão... Brilho doentio... Cega do pouco, ânsia de tudo... Gana de muito... E fico quente... Ferve a pele, sua espírito intocável... Que a lua beija... Que o asfalto sente...
Lua entra no asfalto... Ato imoral que vejo por hora... E quero agora reviver... Prazer da lua que se joga, enche de amor e puros desejos... Cúmplice, quero o asfalto... Gritar bem alto... Amor, amar... E ser capaz de me apaixonar toda noite de lua cheia, que beija asfalto, que beija corpo... Que abriga o morto, a vida,o caminho de idas e vindas... O trajeto, o correto... O destino e o perpétuo...
Asfalto na Lua, quem sabe o futuro não construa... Pra mais uma prosa, mais uma rosa que um pequeno príncipe não cultivará...