terça-feira, 1 de novembro de 2011

Meu Rodrigues

Já velei, chorei... Lembranças, despedidas estúpidas de um saber revelado... Saudade no lugar da tristeza... Amargura do tempo falecido... Enterro na memória, coroas, cantos, rezas, tantas velas, adeus... O partir que deixa inteiro, meu amor verdadeiro... Pá de cal!Olhos certeiros, aquele abraço, nome gravado no braço, caçula, infância, meu amor... Na veloz de um estalo, manhã comum, dia lindo lá fora, dentro é noite, escuridão... Lágrimas, flores, vasos de vida nos azulejos amarelados... Ausência no espaço que preenche coração... Orgulho!

Dezenove... Esquecer não cogitado, quero afago, carinho suave, óculos de palhaço, menina de circo, jaqueta de couro, aliança de ouro, Santo Antônio quebrado, papagaio acanhado, retrato na parede, farda verde, jasmim... E na aurora da minha vida meu Rodrigues partiu, foi distante, foi pra longe, meus olhos não mais enxergam, sinto seu gosto mais sutil, na bondade que plantou, colhi, na memória o recordar do último dia que sorri ao seu lado, no seu colo, no boa noite e o até logo...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Amis...

E quando eu menos esperava, enquanto pelas ruas andava, nas esquinas do mundo... De um instante me veio na memória todas as nossas histórias, nossos momentos de glória, as risadas descontraídas, nossas saídas mais divertidas, os momentos difíceis, das burrices, maluquices... Herculóides entre a compulsiva, a desligada e a mais centrada, mas digamos que nenhuma equilibrada... Uma conexão que ligada ao coração, nos faz estar mais ou menos no mesmo lugar, sem precisar marcar ou ligar... Uma força divina nos uniu e alimenta nossa amizade a cada instante, pra sempre... Mesmo as três em cantos diferentes, sotaques estranhos e culturas encantadas... Amigas amadas aqui em meu peito, do jeito que mais me alegra... Mais que perfeito!

E enquanto escrevo, consigo ainda sentir, depois dos mais queridos abraços, os cheiros mais doces em meus braços, que sem querer deram um adeus triste de uma partida necessária na vida, quando partimos pra multiplicar... Mesmo sabendo que o amor vai ficar pra sempre em meu espírito que aqui em poema admito o amor infinito que sinto... AMIS!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cheiro de flores...

E das flores dessa vida toda dor que não se vê ferida, das pétalas da margarida, dúvidas de amor certeiro, ora falso ou verdadeiro... Belo cajueiro floresce na paisagem mais perdida... Beijo, criação perfeita, que faz boca encher d’ água, calda salgada que brota de um olhar que brilha... Felicidade! O adoçar da carambola amarela, figueira calada e ressentida, ingá velho, mar no infinito rosado, que o meu céu despedaçado encontra nuvens cheias de romances esquecidos. Estranho sonhar perdido que o mel da flor mais campestre escorre, amor que a gente sofre, a gente morre, no profundo querer toda hora, que a flor pom pom se assopra e vai embora... Futuro! Pensar talvez sentido, sentido talvez sem pensar e o caminhar que vai pra frente, na linha do horizonte mais contente que o desejar de um abraço apertado... Cheirando a maçã verde, esperando que se deite, bem ao lado do corpo que sua a espera dos toques suaves como o veludo de um pessegueiro, no concreto desordeiro ideal, de fazer a hora parar sem final, de um amor profundo que leva de horas a segundo, em um estúpido amanhecer, que me faz sem você, tão longe do perto que todo novo dia desperto dentro do peito parado, sem a dor que aperta na alma da paixão que joga folhas ao chão, que vento as carrega pra longe, trazendo a fonte da vida que segue e nasce, sempre nasce uma nova flor no jardim quando sincero, e nas mãos carrego a rosa mais bela que em presente entrego sentada... A sua espera...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Dor no peito...

Dor que existe, rejeito dentro do peito mais sofrido, dor que nem pede... Existe!Força tenta, impede, levanta... Esquece!Punhalada de sentimento no ser desarmado, braços atados, corações dilacerados... Corpos sem espírito e espíritos sem corpos... Flor de Lótus no jardim, querubim de plástico, sinuca de bico... Bola preta!Prece repetida, valor de uma partida, lágrima se esconde... Fortes! Morte ao norte quero o sul, longe do distante, infância colorida, lembrança nem mete medo... Sete palmos! Sossego que grita, o silêncio mais brando, histeria em estrondo, tormenta. Tsunami de sonhos, doces sonhos de creme, de doces felicidades de leite, espero que deite e levante, por do sol inspirador, que calor no peito bate e sujeito mais que nasce, VIVE!Trumbicar dos anos, velhos anos que de antigo faz museu, vejo velho, tempo que não prometeu... Dor no peito, alma sussurra o direito de partir, reage corpo, respirar acuado, gato escaldado... Água fria!O ingá cresceu, mãos fortes, indicadores longos, infinitos que cercam... Dois!Sofrer, dia outro, tempo desses, lembrar e esquecer, sem acaso, horário marcado... Dor que adia, preenche sala vazia... Feliz do segundo honrado, lado a lado, ouvido direito, deito... Levanto, logo levanto...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quero pouco pra ter tudo...

É preciso um pouco de tristeza... Senão a gente acaba não reconhecendo a felicidade. Um pouco de feiúra pra ver a beleza... É preciso sentir saudade, sentir o que a gente puder de verdade... Apreciar uma realidade inversa pra concluir que na vida nada se deve ter pressa quando o caminho curto é aquele que seguimos de forma correta... Com o tempo o coração se aquieta, sabendo que com amor todo vazio se completa... E assim o pensamento se projeta, a alma se sente liberta pra imaginar... Atrás de um vai saber que depende apenas do seu querer e nada mais... Diante do destino, só se ganha sorte no cassino, de resto se constrói caminhos com tijolos de coragem, humildade e um poço de saudade do que ficou e o que jamais pôde vir junto... Triste mundo dos espaços, da física, dos laços, pedaços e sozinhos abraços... Triste mundo das partidas, despedidas e chegadas inúteis... Mas seja forte, veja o horizonte e deixe que a linha te mostre o equilíbrio da vida, o meio entre o bem e o mal... Nada é fatal! Aos olhos pode ser estranho, mas de perto um sentir que é natural... Mas se for pra perder o equilíbrio um dia na vida, permita apenas se for por amor... Vale a pena cruzar continentes, oceanos gelados... Sentir corpo colado, suado ao ouvir o amado som de uma voz que te chama... Que clama pela sua existência... Mas é preciso perder pra depois ganhar, abrir mão em algumas horas de um lado, e depois resgatar dos dois... É preciso viver o sofrimento, deixar correr as lágrimas pra logo em seguida reconhecer a boa alegria, os sorrisos sinceros, os olhares ao caminho mais belo que nos leva ao infinito pensar... Mas... É preciso viver o vazio para que se possa entender o cheio que pode existir na vida... Que só se pode curar quando se abre ferida... Só se pode achar alguma coisa quando perdida e reconstruir se um dia foi destruída... Quero o depois, o cheio, o seguro, quero o claro depois do escuro... Quero colo, beijos...Quero tudo!

domingo, 10 de outubro de 2010

Instantes de infância

Infância é aurora, lembrança que me vem agora com saudade, da passagem do passado que mais me encanta, de quando era criança, de toda esperança que meu coração levava... Do tempo que me balançava na tábua amarrada na árvore, do pique esconde com os amigos, livros antigos que hoje ainda guardo, dos favoritos, dos prediletos, do patins na rua ao lado, do tempo em que nem se pensava em namorado, que vivia com o joelho ralado, da coleção de bonecas, das mais sapecas estripulias, das medalhas de poesias no primário... De ter sido levada, caído de escada, das palmadas e castigos, de não ter noção do perigo, viver na inocência e ter as primeiras experiências. Época que fica distante mas aparece no instante em que a gente olha pra trás e sabe que o que somos segue o exato caminho que começou no berço, relances que não me esqueço... Como eu pulava, a pilha não descarregava e adormecia jogada aos brinquedos na sala... Sempre agitada desde o começo e hoje ainda sigo a mesma estrada... Mamãe me chamava de cabrita, e nem no colo eu ficava, queria rua, queria chão, ganhar espaço, só não gostava de usar bota, só chinelo, bala de caramelo e picolé de creme holandês... Época de amar minha bike de rodinhas, de pular amarelinha, de achar que era princesinha encantada, de acreditar que existia a Fada do Dente, do Papai Noel que trazia meus presentes e o Coelho que colocava ovos de chocolate.Que disparate da vida me dizer toda a verdade, de me fazer cair na realidade perdida, que me mostra que as vezes a gente nem é tão querida, que os caminhos tem sombras e espinhos e não é como os tijolos dourados que mostrou Alice... Que o País das Maravilhas quase não existe quando a gente pensa sem a alma de criança... Está é a lembrança que eu devo seguir... Se você sonha em ser feliz, tenha esperança de viver com sonhos infantis, simples e doces como os pirulitos açucarados do mundo, e sentir os sentimentos mais profundos no encantado da realidade, viver a magia do que existe dentro de nós, ser capaz de ser criança... Oras infância, oras mulher, sem mais comer de colher... Assim a gente cresce com os problemas, mas vale a pena ter histórias e contar aquilo que vem na memória distante... Meus instantes de pequena, que hoje viram poema...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

My desire...

Caminho de luz, reflexo no espelho, reza de joelhos, mãos em sinal de oração, amor habitante na pureza, dias de realeza, cuidado, namorado, suspiro no pescoço, aquela voz que ouço a me chamar, carinho que vem acalmar sentimento sozinho que o outro lado do mundo deixou instalar, luz, luz, luz, a força que me conduz ao paraíso, mais risos, mais glórias, querer ir embora, ver o continente de fora, jogar bola com minhas crianças, ter esperança, muitas andanças... Levar na bagagem a primavera com cheiro de lavanda, didgeridoo tocado em banda, alegria ao brincar de ciranda, terra cintilante ao reluzir olhos brilhantes que já se apagam, que não enxergam o futuro, dias de menor dor, louvor com fé, na certeza que é pra ser, no saber que alivia, guia aos ladrilhos dourados, deixar de lado os machucados diários que o presente supera... Floral de Bach, quatro gotas, felicidade que tenta nascer, pra recuperar energia perdida, falecida com ausência, experiência que marca a alma, que faz crescer mesmo que na dor, lição aprendida, vivência na experiência que traumatiza, recompensa que por hora não vejo... Meu desejo, my desire, na verdade queria você e nada mais, pra ser capaz de sorrir por instantes, ou talvez o dia todo, ter coragem de comer bolo, chocolate, ter um disparate, aquele desatino capaz de mudar destino firmado, calculado... Tudo errado, desconjuntado... Pensamento agora desordenado, infeliz... Desejos são muitos e espero algo além, fico aqui a pedir o bem, fazendo o bem, pra talvez ter quem mais quero, mais perto, desperto de mim... My desire...