quarta-feira, 23 de junho de 2010

Partir daquele que fica...

O partir que mais arrasa no peito é o partir daquele que fica, que deixa marca, que parte deixando a falta, a ausência, o vazio de um querer tardio, que não mais deixará cheiro, nem pêlo... Nem nada!O olhar que não mais vigia, o latir que se cala, que abala meu coração em infinito chorar, deixar na terra, no fundo... No imenso profundo da saudade que agora invade minha casa... Agora é tarde... Adeus!O partir daquele que fica nas lembranças de infância, nas brincadeiras com as crianças, no fiel proteger de nome guerreiro, estrangeiro de manto negro, calmo e preguiçoso... Glorioso existir que não mais esquecerei... Stalonne! No partir que deixa sentimento calado, abafado no peito que sem jeito sofre, um choro estalado vira lágrima que escorre por dentro de um silêncio que incomoda... Em pensar que o partir leva imagem, leva o cheiro, o sentir... Passageiro! O partir daquele que só deixa o que não mais tocamos, que não mais guardamos no quintal... Foi mais que animal, um de nós nas diferenças que Deus impôs... Vou te encontrar na vida que vem depois... Sem coleiras, sem espaços, sem canseiras do fadigado dia de alegria, que sem rabo balançava os olhos ao dizer que gostava, respeitava... Tamanha lealdade libertada, melhor amigo que nos livrava do perigo... Do bandido que nunca veio... Chega ao longe e encontra a mocinha que te espera, fiquem juntos nessa era... Estarei aqui na triste querela entre viver e morrer na saudade de perder aquele que parte, mas que fica, habita minha vida na saudade que invade e arde meus olhos, aperta o peito e marca de um jeito que é pra sempre, que guardo prateada no meu pescoço... Chega de osso, meu Negão doce e fiel...A vida agora é no céu...

terça-feira, 15 de junho de 2010

O melhor está no simples da vida...

Já fiz brigadeiro e lambi a panela com a colher, já comi biscoito com leite condensado e pão molhado no café... Já fiz xixi na cama sonhando estar no vaso, brinquei de pique esconde na rua de casa, já desejei ser palhaça de circo, domar elefantes e amestrar macacos... Já quis ser invisível e destaque de escola de samba... Já tomei sorvete no inverno e apertei a campainha do vizinho, já me apaixonei perdidamente algumas vezes e me ferrei feio aprendendo a andar de bicicleta... Já comi uma panela de arroz sem me arrepender, me cortei com barbeador no chuveiro... Já cai de moto e traumatizei, já ganhei festa surpresa... Tomei choque de agarrar, já cortei meu dedo no azulejo e levei pontos... Já tive medo de monstros e filmes de terror... Já fiz careta pra minha irmã pra ver se ela ficava brava, já gastei uma caixa de fósforos tentando acender um só. Já colaram chiclete no meu cabelo na escola e tentei tirar com gelo. Já brinquei de Xuxa com as primas, já fiz rimas pra emocionar, já ganhei troféu de poesia, e zero por não estudar, já ouvi a mesma música umas 34 vezes sem parar, já chorei sem saber se um dia ia parar... Já sai escondida sem dizer onde ia estar, fugi de casa pra sempre umas três vezes, já sofri pra não fazer alguém sofrer, já corri pra não fazer alguém chorar, já enterrei sangue do meu sangue, já beijei no caixão uma grande amiga, já me viciei por alguma coisa, já tomei porre de vinho, já vomitei meu quarto todo, já fiquei muito doente, muito feliz e muito triste... Já fique sozinha numa multidão, já fui assaltada e corri atrás do ladrão, já vi gnomo e fadas coloridas, já bebi vodka até ficar dormente, já tomei cerveja quente... Já acampei em dia de tempestade, já vi o nascer do sol cintilante e o pôr do sol alaranjado, já gostei de dourado e salto alto, já gostei de asfalto e já joguei tudo pro alto... Já fui fã, já fui hippie, já fui chique, já comprei em griffe e já dei todas as roupas do armário... Já fui a feira, fui no parque...Já aprendi a fazer tricô e crochê... Já tive tartaruga e papagaio... Já chorei no chão do banheiro, já achei que tudo era passageiro, já tremi de nervoso, já fiquei roxa de vergonha, já chamei alguém por outro nome, já virei a noite acordada, já gritei de felicidade, já escorreguei de papelão no morro, já segurei um bezerro... Já arranquei um siso e perdi meu cão de estimação... Já fiz peça de teatro e plantei uma árvore no quintal... Já achei que mãe era imortal... Já deitei na grama pra contar estrelas, já passei trote, já vi amigos partindo, falsidade de perto... Já quase morri de amor, já achei que tudo era pra sempre... Já fui gente, já fui ninguém... Quem não teve uma vida assim, simples?Vida que segue sutilmente, mas ainda tenho muito a viver, sabendo que a alegria está dentro de mim... De você!

sábado, 12 de junho de 2010

Ao amor cafona...

Quando o coração derrete, bate loucamente, faz tremer as pernas e desequilibra a gente... Não se apavore, é o amor cafona, só pra dois, com beijos antes e depois... Mil corações na caixinha, calcinha comestível e bolinha... Tudo vale pra apimentar o desejo, o cafona, o lampejo do querer... E te vejo, os olhos fervem, tecem planos, enganos e acertos, apertos no peito, que te abraça de um jeito diferente, abraço de inverno que leva do céu ao inferno, é o bem e o mal querer, é desejar só estar com você... Ao amor cafona tenho a dizer, o que seriam dos casais sem esse prazer...De passeios de mãos dadas na calçada quadriculada...Um sorvete dividido, um beijo dentro do ouvido, a imagem do cupido, vem de flecha e asinhas ...És um anjo?Que gracinha...Um encontro na pracinha, pipoca doce, foto no chafariz, o amor cafona não tem vergonha, manda flores, abre porta, champagne em dia idiota...Mas pouco importa se é elegante ou cafona, se tem cheiro de suor ou perfume de luxo, basta o amor estar ao lado, na carroça ou carro importado, no meio da chuva ou dia ensolarado...Ao amor cafona tudo vale, quando o sentimento não é detalhe...Coração na areia da praia, iniciais no tronco da árvore, nome do amado no corpo, tatuado, filme melodramático, final feliz, quem nunca quis um amor cafona, feito empada com azeitona, brinde em copo de plástico, espumante com retrato, pingüim de geladeira...Mas agora sem brincadeira vou profetizar, te quero pra sempre, em todo cheio luar...Quero contigo casar, namorar, sorrir e dançar, tudo feito em par desejando ao infinito estar, até porque o amor é cafona quando é eterno, verdadeiro, quando queremos por inteiro...Talvez a palavra não seja um tanto apropriada, mas é pra dizer que a paixão não se apaga quando no peito a gente abriga amor cafona, daqueles “feitos um para o outro”...Enamorados, encantados e cheios de luz... Quero paz, só você me seduz... Vem me amar ainda essa noite, possuir mais o coração... Meus versos são cafonas, mas são necessários quando a gente sente que é pra sempre enquanto durar o mais cafona amor... No meu mundo habitar... Aos cafonas felizes, meus votos sinceros... Que o amor seja infinito, eu espero!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Asas a imaginação...

Me permito imaginar, desejar loucamente, escandalizar sentimentos... Aniquilar o sofrimento...Viver amor intenso... Acender incenso,comer geléia de amora e pedir: não vá embora!... Infinitamente, pra sempre... Ao pensar, cabeça fica dormente, corpo quente... Espírito flutua sem precedente... Sem medo de imaginar, de ousar, sonhar o que mais quero... Belo!Sorvete com calda de caramelo, paquero donzelo em batalha, ao escolher a princesa, entrega a navalha, o escudo, a espada... De joelhos frase sai escapada, de mansinho declarada, pede a mão, corpo inteiro... No chão o solitário violão, que faz “blom,blom”, ao som da voz que está no tom, que encanta, que canção espanta tristeza... Permitir imaginar, pensar o que não aconteceu, o que será... Tudo é permitido imaginar, quando alma não é pequena, quando o amor não se envenena com o medo do perdido, do futuro desconhecido... Imaginar!Querer buscar resposta, viver na ilhota jamaicana, tomar vitamina de banana, levantar com você na cama, bem ao lado... Tudo aquilo projetado intensamente, imaginado... Ser amado! Ser capaz de enxergar além dos próprios olhos, levando em conta os sentimentos, sem lamentos, e viver o momento certo, do que manifesto querer, estar... Viver!Para os que não imaginam, penso que triste destino, de viver cada dia sem os sonhos cretinos que dão impulso, que levam pra longe, permitir amar feito os monges, distantes, nos altos montes... Na minha imaginação um panda é mestre Kung Fu, um menino faz chover hambúrguer, ser capaz de derreter as nuvens... O poder de imaginar, fazer da gata borralheira princesa, abóbora em carruagem, bela e fera dançando no salão, não é magia, é imaginação... A forma do pensamento, da criação, desejar momentos... Imaginar... Criar cerimônia sem convidados, sonhar estarmos casados, sem de fato termos assinado... Núpcias encantadoras sem existir... Imaginar, sonhar acordada, ficar feliz, ser amada pela madrugada... Fazer amor calada, ouvindo apenas suas palavras, que ecoam quando imagino seu olhar cristalino, que fixa ao dizer que me ama... Já estou sem pijama... Olhando e querendo, sofrendo ou chorando, mas sempre te amando... Me permitindo imaginar... Enxergar com os olhos do coração, só assim podemos dar asas a nossa imaginação...