Infância é aurora, lembrança que me vem agora com saudade, da passagem do passado que mais me encanta, de quando era criança, de toda esperança que meu coração levava... Do tempo que me balançava na tábua amarrada na árvore, do pique esconde com os amigos, livros antigos que hoje ainda guardo, dos favoritos, dos prediletos, do patins na rua ao lado, do tempo em que nem se pensava em namorado, que vivia com o joelho ralado, da coleção de bonecas, das mais sapecas estripulias, das medalhas de poesias no primário... De ter sido levada, caído de escada, das palmadas e castigos, de não ter noção do perigo, viver na inocência e ter as primeiras experiências. Época que fica distante mas aparece no instante em que a gente olha pra trás e sabe que o que somos segue o exato caminho que começou no berço, relances que não me esqueço... Como eu pulava, a pilha não descarregava e adormecia jogada aos brinquedos na sala... Sempre agitada desde o começo e hoje ainda sigo a mesma estrada... Mamãe me chamava de cabrita, e nem no colo eu ficava, queria rua, queria chão, ganhar espaço, só não gostava de usar bota, só chinelo, bala de caramelo e picolé de creme holandês... Época de amar minha bike de rodinhas, de pular amarelinha, de achar que era princesinha encantada, de acreditar que existia a Fada do Dente, do Papai Noel que trazia meus presentes e o Coelho que colocava ovos de chocolate.Que disparate da vida me dizer toda a verdade, de me fazer cair na realidade perdida, que me mostra que as vezes a gente nem é tão querida, que os caminhos tem sombras e espinhos e não é como os tijolos dourados que mostrou Alice... Que o País das Maravilhas quase não existe quando a gente pensa sem a alma de criança... Está é a lembrança que eu devo seguir... Se você sonha em ser feliz, tenha esperança de viver com sonhos infantis, simples e doces como os pirulitos açucarados do mundo, e sentir os sentimentos mais profundos no encantado da realidade, viver a magia do que existe dentro de nós, ser capaz de ser criança... Oras infância, oras mulher, sem mais comer de colher... Assim a gente cresce com os problemas, mas vale a pena ter histórias e contar aquilo que vem na memória distante... Meus instantes de pequena, que hoje viram poema...
domingo, 10 de outubro de 2010
Assinar:
Comentários (Atom)